Tráfico e tribunal do crime: operação da PCPR em Jacarezinho prende 12 pessoas

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu 12 pessoas durante uma operação para combater um grupo criminoso investigado pela atuação no tráfico de drogas e diversos outros delitos, além da execução de tribunais do crime. A ação foi deflagrada nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (10), em Jacarezinho, no Norte do Estado.
Os 80 policiais civis cumpriram 10 mandados de prisão pelos crimes de tráfico de drogas, associação criminosa e porte ilegal de armas. Outras duas pessoas foram autuadas em flagrante delito por tráfico de drogas.
No cumprimento das 15 ordens de buscas, os policiais apreenderam porções de maconha, cocaína, crack e haxixe, além de material para embalar as drogas. Diversos celulares, mais de R$ 2 mil em espécie e um papagaio sem registro também foram apreendidos. Os agentes em solo contaram com o emprego de cães de faro e o apoio aéreo de um helicóptero da PCPR.
A ação é um desdobramento de uma complexa investigação iniciada em fevereiro deste ano com a prisão em flagrante de uma mulher, apontada como liderança local do tráfico de drogas.
“A análise técnico-investigativa iniciada após esta prisão revelou uma intrincada rede criminosa com rígida hierarquia e segmentação de tarefas: desde a gestão da contabilidade, passando pela distribuição, cobrança, disciplina interna e até mesmo o julgamento de membros por meio de uma estrutura paralela conhecida como tribunal do crime”, explica o delegado Tristão Borborema, responsável pela investigação.
A investigada exercia função de comando dentro de uma célula de uma organização criminosa de atuação nacional. Nesta função, ela atuaria no disciplinamento interno, resolução de conflitos e administração de pontos de tráfico. Conversas interceptadas também demonstraram sua autoridade sobre diversos membros, inclusive indivíduos presos.
A investigação identificou ainda todos os membros do grupo criminoso, bem como suas formas de organização e os bairros da cidade nos quais atuavam.
Os pontos de atividade do grupo eram interligados por uma cadeia operacional voltada ao comércio de entorpecentes, aliciamento de adolescentes e uso da intimidação como forma de garantir silêncio, lealdade e eficiência no cumprimento das diretrizes dos criminosos.
As diligências revelaram a prática de crimes conexos, como a corrupção de menores, a obstrução da Justiça, o ocultamento patrimonial e o reinvestimento de capitais ilícitos. Identificaram-se ainda mecanismos destinados a dificultar a ação policial, como transferências bancárias dissimuladas, uso de perfis falsos em redes sociais e codinomes.
Os presos foram encaminhados ao sistema penitenciário. O papagaio apreendido será encaminhado ao órgão ambiental competente.
A PCPR segue em investigação a partir dos elementos de prova apreendidos durante a ação.
Fonte: Agência Estadual de Notícias